Salve confrades!
Tudo bem com vocês ?
Texto: Harvey Spencer Lewis.
Por séculos afora, o envenenamento mental, de uma forma ou de outra, tem escravizado milhões de seres humanos e torturado a alma de homens e mulheres em todos os climas e condições.
O envenenamento mental tem sido o meio para um fim nas mãos dos maldosos potentados e governantes, médicos e mágicos, sacerdotes e clérigos, intrigantes, malfeitores, chantagistas e falsos amigos. Tem sido o cetro do poder nas mãos de líderes autonomeados, de reformadores sociais e de saqueadores organizados.
É extremamente difícil eliminar da mente e da consciência dos seres humanos qualquer crença fundada na ignorância, alimentada pelas tradições e aparentemente comprovada por estranhas coincidências. Várias formas de feitiçaria, queima de folhas, sacrifício de pequenos animais, banho em águas estranhas, tortura de partes do corpo [autoflagelação], uso ou porte de amuletos e de talismãs e ingestão de poções exóticas [fórmulas mágicas] são considerados como proteção segura contra toda sorte de poderes mágicos.
Para um Místico e para o estudioso da Lei e da Ordem Cósmicas, a crença em poderes mentais destrutivos, controlados por qualquer indivíduo, é incoerente, impossível e verdadeiramente sacrílega.
A Consciência Universal (Espírito Divino) não se presta a quaisquer processos de destruição, pois são totalmente incompatíveis com as forças construtivas e criadoras universais, já que estão em total dissonância com a sua natureza amorosa e misericordiosa. Admitir esta possibilidade é um sacrilégio supersticioso, fútil e absurdo. Qualquer radiação pensamental destrutiva, incompatível e inarmoniosa que tente deixar a mente e a consciência de um indivíduo para chegar a outro encontra repulsão instantânea e dissolução imediata.
Pensamentos maléficos são obrigados a recuar para a consciência da mente transmissora, onde a reação se dá sobre o indivíduo maléfico e não sobre a vítima. O homem é um ser livre de toda dominância e de todo controle mental de qualquer outra mente que não seja a sua.
O medo de poderes ocultos e desconhecidos torna as pessoas vítimas de suas próprias formas autocriadas de pensamento destrutivo.
Aquele que teme a magia negra por causa de uma crença sincera em sua existência e poder se torna, automaticamente, através da auto-sugestão, não só escravizado pelo medo com também presa fácil dos males que sua mente inventa.
São os nossos próprios nervos, a nossa constituição sensória e a nossa consciência física terrena e mortal que conduzem, através de todo o nosso corpo, os pensamentos destrutivos, inarmônicos, infecciosos e venenosos que a nossa própria mente cria pelo medo e pelas crenças supersticiosas na feitiçaria. Assim, nós, como indivíduos, nos tornamos vítimas dos nossos próprios pensamentos veneníferos, mas, não poderemos jamais nos tornar vítimas dos pensamentos venenosos de outrem.
Envenenamento Mental Tudo aquilo que possamos conceber em nossa mente pelo medo e por falsas crenças, permitindo que se torne uma lei ou um comando em si.
Vivemos, agimos e fazemos nosso pensamento e nosso raciocínio totalmente de acordo com as reações automáticas despertadas em nossos sistemas físico, psíquico, nervoso ou mental.
A primeira Lei da Existência é a preservação [autopreservação] de si-mesmo. Outro instinto natural é a conservação [manutenção] do Eu.
A mente humana reluta em aceitar comando de outra mente. A única maneira bem-sucedida para se fazer outra mente obedecer a um desejo da nossa está em transmitir o comando de um modo tão sutil, que seja inconsciente ou voluntariamente aceito pela outra mente e realizado com a sua cooperação e aprovação, antes que ela tenha tido tempo de analisá-lo ou de se ofender com ele.
É má psicologia confiar na compreensão correta de qualquer pessoa, quanto aos méritos de uma proposição, a ponto de acreditar que ela obedecerá a um comando sem qualquer investigação.
Sempre amavelmente sugerir; nunca impositivamente ordenar.
Modos pelos quais idéias ou comandos podem ser transmitidos de uma mente para outra:
1º) frases ardilosamente redigidas em uma aparência insuspeitada e agradavelmente açucarada
2º) sugestões impronunciadas, normalmente por um gesto ou pelo silêncio, quando se esperam palavras faladas
3º) combinação dos dois primeiros modos, mas, apresentado de forma pictórica, seja por um desenho, seja por um filme, uma fotografia, um diagrama, uma relação de números estatísticos ou outros símbolos.
A mente, no corpo humano, pode criar muitas condições mentais estranhas e peculiares... Uma concepção mental, sem ter qualquer base real ou física para seus efeitos, pode criar, no corpo humano, um resultado fisiológico real. Uma idéia ou um pensamento podem se transformar em algo que não é apenas mental, e, sim, tão real quanto qualquer outro fato concreto que já tenha afetado o corpo humano.
Se a mente humana aceita uma idéia sem discussão, dúvida, desdafio, questionamento ou desconfiança de qualquer espécie, esta idéia se torna não apenas aceita, mas, uma lei, um comando ou um princípio que, logicamente, cumprirá seu propósito e sua natureza sem qualquer outra corroboração na realidade ou em processos psicológicos.
A Natureza age de maneira uniforme em processos naturais.
Quando a mente humana aceita a existência, a veracidade e a realidade de algo ou de um fato, com base na fé ou na integridade do criador da idéia, viverá de acordo com a crença que admitiu como verdade.
Qualquer ferimento ou condição física anormal que perturbe o funcionamento de determinada área do cérebro poderá causar, e muitas vezes causa, interpretações e traduções erradas da impressão criada sobre a retina. Mesmo uma pessoa que não esteja em estado hipnótico nem em um estado de sugestionabilidade poderá olhar para um pedaço de borracha preta e ver um pedaço de metal se tornando incandescente.
Qualquer que seja a idéia aceita pelo nosso cérebro e pela nossa consciência interior, ou pela consciência psíquica, ou pelos processos psicológicos de raciocínio, se transforma em lei para nós. Mas, esta lei não tem que ser cumprida conscientemente por nós através de quaisquer outros esforços conscientes que incluam pensamento, análise e raciocínio.
O raciocínio depende da educação recebida no passado.
Diferenças em educação, em treinamento e em raciocínio levam a diferenças na interpretação dos fenômenos observados.
Quando uma pessoa aceita uma idéia como sendo verdadeira, ela se torna uma ordem para todos os processos naturais e para todas as leis que controlam o funcionamento do seu corpo.
Qualquer idéia que seja aceitável para nós se transforma de um estado puramente mental em poder e força físicos e dinâmicos, que prossegue, desenrola-se, desenvolve-se e se cumpre de acordo com princípios que estão além do nosso controle, a menos que usemos os mesmos processos psicológicos para frustrar suas atividades, que foram usados para dar existência à idéia.
A mente (ou consciência humana) tem uma tendência, um impulso muito definido, de acreditar e aceitar como verdade aquilo que ela quer acreditar.
A mente (ou consciência humana) tem uma inclinação sempre presente de aceitar como crença, como verdade ou como um princípio incontestável uma idéia ou uma conclusão que concorda com outra idéia ou grupo de idéias anteriormente estabelecidas na mente ou consciência, a partir de experiências pessoais.
Muitas pessoas, por satisfação e/ou por vaidade, têm uma tendência para admitir que seu raciocínio e sua análise são melhores ou superiores que os de outros, porque chegaram a conclusões singulares que diferem das opiniões aceitas pela coletividade. O fato é que as pessoas gostam de se sentir superiores.
Muitas pessoas atribuem a causas sobrenaturais os acontecimentos mais comuns e naturais da vida, pois, adoram o misterioso, porque é fácil atribuir a situações e condições enigmáticas leis desconhecidas, arcanas, arcaicas, sobrenaturais, milagrosas [e demoníacas]. Em questões de saúde ou de negócios, estão mais propensas a acreditar que suas dificuldades, problemas e atribulações são o resultado de alguma lei ou princípio vago, indefinido, psíquico ou espiritualista. Se adoecem, não costumam buscar conselhos e tratamentos médicos adequados, mas, preferem o concurso de algum raio lunar misterioso, de alguma mancha solar esquisita, de uma conjunção planetária insólita ou de uma visitação psíquica. E por aí vai.
Não há pensamento original; tudo é o que sempre foi.
O pior de todos os venenos é o envenenamento mental, que é a maior lástima que um ser humano poderá praticar contra si-mesmo.
Dois tipos clássicos de venenos mentais: 1º) veneno mental (na forma de sugestões e comentários audíveis, sugestões visuais e sugestões pictóricas e mentais) que produz doenças no corpo ou deficiências físicas e mentais na forma de condições crônicas
2º) veneno mental ministrado deliberadamente, por maldade ou por frieza, por amigos ou conhecidos.
Não é de espantar que a mente humana, com sua preocupação constante com a saúde, com seu desejo fundamental de manter e conservar o corpo e todas as suas faculdades e poderes, seja um campo fértil para qualquer idéia ou pensamento que possa ser ministrado sem análise e filtração mental cuidadosa.
Falar sem cautela e sem pensar poderá, acidental e inocentemente, ministrar a dose mais virulenta e destrutiva de veneno mental.
A inveja é a maior e a mais efetiva produtora de veneno mental.
A mente humana é mais sensível do que as mais sensíveis películas fotográficas ou o mais sensível dos microfones. Portanto, cabe a todos nós guardarmos cuidadosamente nossos pensamentos, nossas palavras, nossos gestos e nossas ações.
Enfim, podemos distribuir alegria em lugar de tristeza, ministrar esperança em lugar de desespero, esparramar confiança em lugar de dúvida. Podemos verter na mente e na consciência do outro uma atitude sorridente, uma determinação cada vez maior de força de vontade, um quadro de um futuro bonito, uma porta aberta à oportunidade, um poder purificador que atingirá todas as partes do corpo e um brilho divino de júbilo espiritual que rejuvenescerá e redimirá a mais infeliz das criaturas.
Não é à toa que "feitiço" em inglês é "spell".
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